terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

RETIRO DE CARNAVAL 2011
Momentos inesquecíveis!!!


                                                               Desculpe-me, Carnaval...              
               
Chegamos ao final de mais um período de Carnaval. A mídia tratou de expor todo o luxurioso esplendor da “festa da carne”. Do Norte ao Sul o Brasil “pára”, seja participando ativamente da folia ou embrenhando-se corajosamente no caos das estradas para buscar um lugar ao sol.

Esse tem sido o hábito de milhões de brasileiros, ano a ano. Eu e tantos outros, todavia, não optamos por isso. Decidimos trocar o Carnaval por outra atração. Optamos por estar naquilo que chamamos de “retiro de Carnaval”. Fomos para perto do campo, para perto das coisas da fé, para perto do coração das pessoas. Trata-se, na realidade, de um “outro mundo” dentro deste mundão que eu e você vivemos. Ora, lá não tem fantasia emplumada. Lá, o foco não é o “ficar” com alguém. Num lugar como esse procurar embebedar-se é uma busca fadada ao fracasso. Definitivamente, estávamos bem afastados do “espírito do carnaval.” 
           
A grande maioria poderá dizer que a decisão em afastar-se da folia é louca, fanática e destituída de prazer. Mas já faz fez tempo – pelo menos no meu caso – que decidi viver o cristianismo sem dar muita atenção ao que os outros vão dizer. Sem dúvida essa é uma das decisões mais coerentes que já tomei. Falo isso sem arrependimentos. Aliás, buscar ser cristão de verdade é caminhar na direção de ser incompreendido, de ver a popularidade abaixar os seus níveis. Se você tem sentido isso na pele quando decidiu viver na contra mão do sistema, sabe do que eu estou falando. Bem vindo à turma de Jesus!
           
Quando dizem que a gente “não vive” por cultivar estes hábitos estranhos e separatistas, no fundo acho engraçado. Essas colocações são contrastantes com o fato de que nos sentimos “bem vivos” no feriadão. Esse tempo foi uma grande oportunidade de estarmos mais “vivos” na relação com gente que encontramos nas celebrações de domingo cuja troca mais freqüente de palavras é: “oi” e “tchau.” Esse tempo foi uma grande oportunidade de descobrir a “vida” na Palavra de Deus num intensivo de aprendizado. Não posso esquecer que esse também foi um tempo de pensar, meditar, orar e, com isso, avançar na “vida” espiritual. Portanto, não consigo dizer que “não vivi”; ao contrário, consigo dizer junto com tantos outros que “vivemos plenamente.”

Com as caravanas foi interessante ver jovens de todo tipo: universitários, aqueles que têm o seu emprego, aqueles que são sustentados pelo pai (ou mãe). Eles investiram tempo e o seu (pouco) dinheiro nessa proposta de afastar-se da rota habitual do mundo. A turma da meia-idade igualmente estava lá: cozinhando, servindo, correndo. Os mais experimentados e vividos, apoiando, prestigiando. A criançada, de sua vez, cumprindo seu papel de alegrar o ambiente com os gracejos que lhes são próprios. Reproduzimos, nestes dias, uma vida em comunidade que traz lampejos de uma milenar situação. Não seria esse um pequeno vislumbre da realidade paradisíaca do Éden? Convivendo juntos, cantando juntos, comendo juntos, rindo juntos e falando com o Rei do Universo juntos. Talvez... 

Durante o retiro confesso que um pensamento me veio a mente. Ele foi simples e direto: “Vale à pena!” Acredito que encontrar gozo, paz, sentido e a certeza de estar onde deveria estar são as grandes buscas do ser humano. Senti-me privilegiado justamente porque estes sentimentos estavam em meu coração. Olhando para as faces de meninos e meninas, homens e mulheres, consigo acreditar que estes experimentaram as mesmas sensações. Não estávamos fingindo. Simplesmente nos sentimos bem com o nosso Deus e seus propósitos. Assim entendo porque um antigo sábio disse: “O temor do Senhor conduz à vida; aquele que o tem ficará satisfeito...” (Provérbios 19.23).

Desculpe-me, Carnaval, mas você não poderá contar comigo.     

Humildade: um caminho de bênçãos

1 Pedro 5.5-6

O sentido autêntico da palavra humildade vem do latim Humus, de onde também deriva Homem (Homo Sapiens) e Humanidade. O fato dessas palavras estarem vinculadas à húmus (“solo sobre nós”, “terra fértil”), é certamente uma sábia exortação de que mantemos com a terra um vínculo essencial e embrionário.

É impossível ser um legítimo seguidor de Jesus sem humildade. Considere comigo o seguinte:

1) Para começo de conversa, entregar-se a Cristo é aceitar que Ele reine sobre a nossa vida e, gradativamente, nos despoje do nosso “eu”.
2) Se você quer ser discípulo é necessário concordar em receber instrução e liderança espiritual na sua vida – isto é, você terá de aceitar que alguém diga, em muitos momentos, como você deve viver.
3) Ser discípulo implica em se relacionar com a comunidade da fé e aceitar conviver, tolerar e amar os diferentes que partilham da sua mesma crença. 
4) Enfim, ser discípulo implica em permitir sujeitar nossos hábitos e vontade à Palavra de Deus. Você não poderá ser dirigido pelas leis do seu coração, mas por uma ordenança externa.

Como vemos, para estar nesse caminho é fundamental aprender sobre a humildade. Seguindo a orientação da carta de 1 Pedro, vamos refletir juntos sobre esse caminho.

I. O HOMEM HUMILDE TEM DEUS LUTANDO A SEU FAVOR
O texto diz que “Deus resiste aos soberbos” (v.5). Para que o assunto fique mais claro, precisamos explorar melhor as palavras “soberbos” e  “resiste”. Soberbo tem a ver com “considerar-se acima dos outros”,  de ser “arrogante.” Sendo um anjo, Satanás exercia a função de adorador no céu. Dispunha de uma posição privilegiada. Mas um dia seu coração se encheu de soberba. É o que a Escritura implicitamente declara: Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura” (Ez 28.17a). Desejando ser igual a Deus, foi precipitado, tornando-se nosso adversário e acusador. Deus o resistiu e o resiste até fim de todas coisas. Seu destino, não obstante, já está traçado: o flagelo eterno (Ap. 20.10). Voltando ao texto de 1 Pedro, observo que a palavra resistir poderia ser traduzida como “lança-se armado contra”. A frase vem da linguagem militar. O sentido também é de “opor-se”, ou seja, ser um impedimento. Diante do orgulhoso Deus se torna um oponente, e isso similarmente à oposição cósmica existente entre o Senhor e os anjos caídos. Falando de humildade e de lutas espirituais, Tiago 4.6-7 nos diz: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”. O homem humilde, portanto, terá Deus lutando por suas causas. Ele vencerá o maligno ao humilhar-se e submeter-se à autoridade de Deus. 
 
II. O HOMEM HUMILDE ATINGE MAIOR PROGRESSO ESPIRITUAL
A busca da humildade é um desafio nas relações humanas, sejam elas familiares, profissionais ou eclesiásticas. O apóstolo Pedro declara:Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade...” (1 Pd 5.5a). Quero lhe chamar a atenção da frase “cingi-vos todos de humildade.” Cingir é amarrar firmemente alguma coisa no próprio corpo. Essa palavra era usada para os escravos, quando estes usavam um avental. A idéia, portanto, é vestir-se de humildade numa atitude de escravo. Como o cristianismo é desafiador! Sendo assim, reconheçamos: será impossível ver progresso espiritual numa pessoa que não aceita opiniões, autoridade e não assume a postura de servo. De outro lado, trilhando o caminho de ser “húmus” (terra fértil), haverá crescimento. Com o crescimento, a frutificação. 

III. O HOMEM HUMILDE SERÁ SOCORRIDO POR DEUS NA AFLIÇÃO
Ezequias foi rei entre os judeus na época do profeta Isaías. O rei adoeceu a ponto de Isaías lhe dizer: “Põe em ordem a tua casa porque morrerás” (Is 38.1). Em seguida, Ezequias fez o seguinte: Então, virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao Senhor. E disse: Lembra-te, Senhor, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo” (Is 38.2-3). Após se humilhar diante de Deus no leito de enfermidade, Deus manda Isaías dizer a Ezequias: “Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; acrescentarei, pois, aos teus dias quinze anos” (Is 38.5). Temos aqui uma demonstração muito clara de que um coração humilde pode mover o coração de Deus. Voltemos à epístola de Pedro: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte” (1 Pd 5.6). Saiba que essa humilhação não é abraçar um estilo de vida onde não se terá amor próprio. É, na realidade, a humildade de confiar e entregar nossos problemas a Deus. Na seqüencia, virá o tempo oportuno da exaltação. A frase “vos exalte” significa “erguer”, “tornar alto”. É o Senhor no seu tempo, portanto, que nos “ergue” das situações de dificuldade.

Conclusão: O apóstolo Pedro nos apresentou um caminho de excelência. Foi um caminho ensinado pelo Senhor Jesus e é um caminho que necessita ser percorrido por todo aquele que crê. Ser humilde é requisito para ser abençoado.  Que o sábio conselho ensinado por Jesus seja um alvo para todos nós: “O que se humilha será exaltado” (Lc 14.11). A Deus toda glória! 


sábado, 15 de janeiro de 2011

Alcançando o melhor de Deus para a sua vida

Gênesis 18.1-15

Você deseja o melhor para a sua vida? Evidentemente que sim! E sobre o melhor de Deus para a sua vida, já pensou sobre isso? É certo que o “melhor” dele será mais perfeito, mais sábio e mais santo que toda a nossa disposição em fazer e alcançar o melhor. Ocorre que a nossa vontade, nossa disposição – por mais bem intencionadas que sejam – estão maculadas pelo pecado e pelas imperfeições humanas. Mesmo diante desse  irrefutável quadro, as Escrituras nos mostram que podemos avançar no sentido de agradar a Deus e dele recebermos o melhor. O patriarca Abraão foi um homem que há mais de 3.500 anos atrás alcançou o melhor de Deus para a sua vida. Vou explicar essa condição do “melhor de Deus” por meio das descrições do livro de Gênesis. Observe:

1) Onde quer que estivesse, Abraão prosperava
- Gn 13.2: “Era Abrão muito rico; possuía gado, prata e ouro.”
2) As bênçãos espirituais lhe tornavam vitorioso diante dos seus inimigos
- Gn 14.19-20: “...abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo.”
3) A sua descendência seria numerosa
- Gn 15.5: “Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade.”
4) A paz de Deus lhe acompanharia até o fim da vida
- Gn 15.15: “E tu irás para os teus pais em paz; serás sepultado em ditosa velhice.”
5) Deus fez um pacto com Abraão, prometendo a terra de Canaã aos seus descendentes
- Gn 15.18: “Naquele mesmo dia, fez o Senhor aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates.”
6) Na idade de 100 anos, Deus lhe deu um filho
- Gn 21.2: “Sara concebeu e deu à luz um filho a Abraão na sua velhice, no tempo determinado, de que Deus lhe falara.”

Nossa reflexão levará em conta a passagem de Gênesis 18, onde o patriarca recebe três ilustres visitantes em sua tenda. Vamos lá... 

I. O SENHOR ERA O HÓSPEDE MAIS HONRADO DA CASA DE ABRAÃO
Os povos de deserto levavam a hospitalidade bastante a sério. Quando Abraão recebe os três homens (o Ser divino e, provavelmente, dois anjos), seu objetivo foi de honrá-los com o seu melhor. Ele reconheceu a autoridade dos três homens demonstrando reverência (“prostrou-se em terra”, v.2) e desejando que eles permanecessem (“rogo-te, não passes do teu servo, v.3). Em muitos lares e em muitos corações, noto que a prática de vida avança na direção contrária. O objeto de maior honra e reverência, tantas vezes, não é o Ser divino em toda sua glória e soberania. Ora, convidar o Senhor para “não passar de nós”, na realidade, é algo desafiante. Sabe por quê? Porque convidar Deus para estar presente e reinar implica em aceitar que os princípios divinos reinem sobre a nossa história. O fato é que não são todas as pessoas que desejam viver desse modo. Não obstante isso, devemos nos concentrar no objetivo de orar e dizer: “Senhor, não passe da minha casa. Fique entre nós. Que a tua presença e as tuas ordenanças venham a reger a história da nossa vida.” Para ser honrado por Deus, portanto, é necessário honrá-lo como o maior hóspede que poderíamos receber.

II. ABRAÃO SERVIA AO SENHOR COM SENSO DE URGÊNCIA
Abraão se valeu de um sábio senso de urgência em servir ao Senhor. Veja as seguintes palavras e frases:
     1. Vendo-os, correu (v.2).
     2. Apressou-se em chamar Sara para preparar o alimento (v.6).
     3. Disse a Sara para amassar depressa a farinha para o pão (v.6).
     4. Correu ao gado (v.7).
     5. Disse ao criado para se apressar em preparar em prepara a carne (v.7).
A atitude de Abraão contrasta com a ausência de efetividade e de decisão que muitos apresentam no momento de reagir diante do chamado de Deus. Reconheçamos: as pessoas têm pressa de trabalhar, pressa para se divertir, pressa para servir a família, mas pouca pressa para se engajar na obra de Deus.
Um crente vivo no Espírito terá um adequado senso de urgência em fazer a obra de Deus. Ele não irá esperar para amanhã o que se pode fazer hoje!

III. ABRAÃO OFERECIA O SEU MELHOR AO SENHOR
Diante do surpreendente encontro, Abraão toma a decisão de preparar um banquete: carne assada, pão, coalhada e leite para os nobres visitantes (vv.7-8). Sabe o que era isso? Era o melhor que um homem do deserto poderia oferecer! Para ao patriarca, oferecer a sobra seria algo similar ao descaso, a blasfêmia. Alcançar o melhor de Deus está relacionado a oferecer o melhor para Deus.
Geralmente, pessoas queixosas e insatisfeitas com o agir de Deus em suas vidas são pessoas que vivem na “teologia da sobra”. Ou seja, nunca dão o melhor do seu tempo ou o melhor daquilo que têm adquirido. Esse estilo de vida terá enormes chances de também colher a “sobra de Deus” e não o seu melhor. O princípio que regia a vida de Abraão era outro. Na realidade, ao oferecer o melhor o pai da fé não estava objetivando receber o melhor. Receber o melhor, na perspectiva de Abraão, era conseqüência de ofertar o melhor simplesmente por crer que Deus merecia o melhor. Abraão jamais almejou estabelecer uma relação de troca com o Eterno. Que lição de vida e espiritualidade!

Conclusão
Eis o caminho para se alcançar o melhor de Deus para a nossa vida:
1) Que o Senhor seja o hóspede mais honrado da sua casa.
2) Sirva ao Senhor com senso de urgência.
3) Ofereça o seu melhor para o Senhor.