quinta-feira, 22 de julho de 2010

Como manter a vida espiritual quando "tudo vai de mal a pior" (Rev. Paulo)

Existem alguns períodos da vida que, definitivamente, não são fáceis. Neles, as pessoas acabam falando: “Minha vida está de mal a pior”. É o tempo onde as coisas não estão dando certo; é o tempo as indefinições estão prevalecendo; é o tempo onde as portas se fecharam; é o tempo onde os problemas parecem que vão nos engolir.

O apóstolo Paulo, falando de pressões espirituais, já havia escrito sobre a resistência “no dia mau” (Ef 6.13). Quão bom seria se pudéssemos “apertar um botão” fazendo com que estas situações não perdurassem. Todavia, já que não podemos apertar um botão, a questão que se levanta é a seguinte: Como manteremos a vida espiritual quando tudo “vai de mal a pior”? É o que veremos nesta mensagem.

I. NÃO DESANIME DIANTE DO FRACASSO, O QUE IMPORTA É QUE DEUS ESTÁ AGINDO DENTRO DE VOCÊ
Observe 2 Co 4.16: “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia.”
Paulo afirma que o homem exterior pode “se corromper”. Ele está falando da decadência física que todos nós podemos enfrentar. Somos, na realidade, “vasos de barro”. Veja: "Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados” (2 Co 4.7-8).
O fracasso é parte desta constituição de “vaso de barro”; seja por meio da dor emocional, da dor física ou de um volume grandioso de decepções e perdas. O apóstolo, por conseguinte, lutou com seus fracassos pessoais como qualquer um de nós. Em 2 Co 1.8 lemos: “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida”. A palavra “desesperarmos” significa “estar sem saída”, ou “estar em completo desespero.”
No entanto devemos ter uma percepção maior dos fatos. Algo – mediante o poderoso e inequívoco agir de Deus – está se renovando dentro de nós. É a operação de Deus na nossa alma.
Isaías declara: “...mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” (Is 40.31).
Podemos estar vivendo enormes pressões em nosso exterior, mas se a graça e o poder de Deus estão agindo nas profundezas do nosso ser, resistiremos e venceremos!

II. CREIA QUE NA PRESENÇA DE JESUS A TRIBULAÇÃO SERÁ LEVE, MOMENTÂNEA E RECOMPENSADA
2 Co 4.17 nos diz: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação.”
Precisamos de algumas definições sobre a palavra “tribulação”. Pode significar dura aflição, sofrimento por circunstâncias externas, opressão, problemas. Ora, Paulo bem sabia o que era o sofrimento. Indubitavelmente, nós também!
Na continuidade, o apóstolo aponta para a visão que devemos ter das situações de tribulação como servos de Deus. Um crente, portanto, olhará para a tribulação de forma diferente. Observe:
- Ele compreende que ela será leve: um fardo fácil de suportar, um peso leve. Jesus disse: “Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11.30). Portanto, tribulação com leveza - por mais incrível e paradoxal que isso pareça -, somente na presença de Jesus.
- Ele compreende que ela será momentânea: algo temporário, parecido com a nuvem que vem e vai. Uma situação de curta duração. Caminhando com Jesus nosso coração se enche de esperança, pois cremos que a situação era mudar.
- Ele compreende que a tribulação terá a sua recompensa: as tribulações antecedem grandes momentos para os crentes. A fé e a submissão nunca serão esquecidas pelo Senhor. Romanos 8.18 diz: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós.”

III. CONCENTRE O FOCO DA SUA VISÃO NO MUNDO INVISÍVEL
Vou falar sobre a vida de um escocês chamado Ernest Gordon. No ano de 1942, na Segunda Guerra Mundial, Gordon foi aprisionado pelo exército japonês. Num campo de prisioneiros na Birmânia, viu os horrores praticados pelo inimigo. A cada dia, cerca de 30 homens morriam no acampamento. Doenças, calor insuportável, torturas e execuções eram uma constante entre os prisioneiros. A alimentação consistia em um punhado de arroz por dia. Gordon nunca havia se interessado pela vida espiritual em sua vida cotidiana. Era um cético. Certo dia um prisioneiro morreu e a sua Bíblia ficou com Gordon. Ele mesmo disse: "Eu pensava que deveria haver algo mais. Comecei a levar Deus a sério. O Cristianismo faz muito sentido quando se dedica tempo à leitura do Novo Testamento". Gordon se tornou uma espécie de capelão dos prisioneiros. Foram 3 anos e meio de sofrimento, mas também da descoberta da fé. Depois de ser liberto e a guerra acabar, Gordon avançou na vida espiritual. Tornou-se pastor presbiteriano e trabalhou muitos anos como capelão da Universidade de Princeton. Era um ministro da reconciliação. A vida mudou quando Gordon decidiu concentrar o foco da sua visão no mundo invisível.
Leiamos 2 Co 4.18: “...não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.” Os olhos da fé, segundo João Calvino, “vêem mais do que todos os sentidos naturais do homem.”

Conclusão: Em dias que tudo “vai de mal a pior”, nosso mecanismo de sobrevivência é um só: a fé em Cristo! Fique firme, não desanime. Busque com todas as forças focar a sua visão no invisível. E o melhor de tudo é saber que a caminhada da fé terá a sua recompensa. A Deus toda glória!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O pecado da desobediência e suas conseqüências (Rev. Paulo)

Josué 7.1-5

As vitórias que Deus nos dá nos deixam impressionados. Israel vivia esse momento. Se voltarmos um capítulo atrás, veremos como o povo liderado por Josué fez cair uma cidade importante e fortificada. A mão de Deus estava com eles. Não há dúvidas que a queda de Jericó foi um milagre. E assim, o sentimento de grande euforia se fazia presente entre o povo.

A situação lembra um pouco nossos dias eufóricos na Copa do Mundo. O Brasil vinha de uma campanha favorável até encontrar-se com a Holanda. Israel, logo após obter o domínio em Jericó, teria de invadir uma pequeníssima cidade chamada Ai. Seria uma brincadeira de criança! Poucos homens foram enviados para esta batalha. No entanto o inesperado aconteceu: Israel sofreu grande derrota e humilhação. Diz a Bíblia que diante desse quadro “o coração do povo se derreteu e se tornou como água” (Js 7.5). No primeiro tempo do jogo contra a Holanda, parecia que estávamos diante de uma barbada. Contudo no segundo tempo o Brasil tombou, tendo que arrumar as malas mais cedo. A causa? Talvez o descontrole psicológico somado a uma pitada de excesso de confiança. Voltando à história bíblica, pergunto: E qual foi o motivo da derrota de Israel em Ai? Aqui não existe talvez. A derrota foi conseqüência da desobediência.

O tema desta mensagem é “O pecado da desobediência e suas conseqüências”.

I. A DESOBEDIÊNCIA CONSISTE EM SE APEGAR NAQUILO QUE DEUS CONDENOUNesse ponto precisamos voltar um pouco atrás. Momentos antes da queda do muro de Jericó, na direção do Espírito de Deus, Josué disse: “Tão-somente guardai-vos das coisas condenadas, para que, tendo-as vós condenado, não as tomeis; e assim torneis maldito o arraial de Israel e o confundais” (6.18).
Após a vergonhosa derrota em Ai, o texto nos mostra que Israel havia retido coisas condenadas por Deus (7.11). Não obstante, a advertência de Josué não foi levada a sério por um homem. Seu nome era Acã. Este era o motivo da derrota de Israel.
Todas as vezes que nos apegamos a coisas, práticas ou hábitos que são condenados por Deus, nós caímos no pecado da desobediência. A igreja precisa abrir os olhos diante daquilo que é desaprovado por Deus a fim de não cair nesta cilada.

II. A DESOBEDIÊNCIA INDIVIDUAL PODE SE TRANSFORMAR NUM PECADO COLETIVO
Quando se fala em Israel estamos diante da unidade social e espiritual de um povo. Quando se fala da igreja estamos diante de uma unidade comunitária e espiritual daqueles que creram em Cristo (1 Co 12.27).
Destaca-se o fato que foi um indivíduo (Acã) quem reteve uma capa babilônica, prata e ouro (v.21). No entanto, aos olhos do Senhor – devido ao princípio da unidade espiritual – todo o Israel estava em pecado. Por isso o verso 11 diz: “Israel pecou”. Como corpo de Cristo nós somos responsáveis uns pelos outros. Nossa disposição em fazer a vontade de Deus pode desencadear bênçãos sobre toda a comunidade. A insistência no erro, todavia, pode trazer confusão e prejudicar o andamento de uma missão que é essencialmente espiritual.

III. A DESOBEDIÊNCIA AFASTA A PRESENÇA ABENÇOADORA DE DEUS
No Antigo Israel, a presença de Deus geralmente estava associada com a Arca da Aliança, objeto que continha os 10 mandamentos e era absolutamente sagrado para o judaísmo. Quando a Arca era retirada de Israel, sofriam-se as conseqüências do afastamento da presença de Deus (1 Sm 4.22).
Durante a investida contra a cidade de Ai a Arca estava no acampamento, porém a presença abençoadora de Deus, não. O Senhor mesmo disse: “Já não serei convosco” (v.12). A desobediência afasta, repele a presença de Deus da vivência comunitária da fé. Diante desse quadro podemos estipular o porquê da derrota na vida de muitos.
Note que o nome Acã significa “perturbador”. Pessoas que insistem em viver na desobediência, com efeito, podem ser instrumentos de perturbação na família, no casamento, na igreja ou no ministério. O princípio é simples: A obediência atrai a mão abençoadora de Deus; a desobediência, por sua vez, a afasta.

IV. A DESOBEDIÊNCIA LEVA À DERROTA DIANTE DO INIMIGO
As lutas de Israel se davam em dois planos: o plano físico e o espiritual. Com o cristão também é assim. Nós corremos e lutamos para que as coisas avancem em nossa vida, mas se Deus não nos der a vitória espiritual, nosso avanço jamais será pleno. Nunca poderemos nos esquecer do mundo invisível.
O Senhor declarou a Israel: “...vossos inimigos não podereis resistir enquanto não eliminardes do vosso meio as coisas condenadas” (v.13). Os exércitos que lutavam contra Israel eram de figuras humanas e pagãs. Estes eram dirigidos pelo culto aos ídolos. E o culto aos ídolos tem por base a influência demoníaca (Dt 32.16-17). Em outras palavras, o povo seria massacrado por homens que estavam a serviço do diabo.
A vida na desobediência pode abrir a porta para todo tipo de influência diabólica. A desobediência, como vemos, leva à derrota diante do inimigo.

Conclusão
O que se deve fazer para abandonar o caminho da desobediência? Segundo o texto de Josué capítulo 7, algumas dicas:
1) Busque com todas as forças a santificação (v.13).
2) Localize a área em que a desobediência governa (v.16).
3) Tome uma decisão radical para eliminar o foco de desobediência (v.25).