Isaías 6.1-8
Alguns encontros podem mudar uma vida. Pensemos juntos em algumas realidades, tais como: o dia em que encontrei a pessoa que amo; o dia que encontrei a pessoa que me indicou para o trabalho que eu necessitava; o dia que encontrei com aquele (ou aquela) que trouxe uma orientação preciosa e iluminadora na escuridão das minhas indecisões. Logo após estes encontros, é comum dizermos: “Eu estava no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa.”
Um israelita chamado Isaías experimentou um destes encontros no XVIII século antes de Cristo. Seu encontro foi uma experiência espiritual. Esse encontro produziu uma visão; na verdade, três tipos de visão. O tema desta mensagem é: “As visões de Isaías.”
I. UMA VISÃO DE DEUS
A Bíblia, em vários episódios, nos mostra a história de homens que se encontraram com a história de Deus. Moisés foi achado por Deus quando estava no pasto, tratando de ovelhas (Êx 3.1-2). Gideão foi achado por Deus enquanto exercia seu papel de agricultor (Jz 6.11-12).
Isaías era de uma família nobre. Entretanto, a experiência com a glória de Deus foi o maior tesouro que ele encontrou em toda a sua vida. Mas o que ele viu? Segundo a Bíblia: O Senhor (Adonai, “Soberano”) assentado no seu trono (v.1); os Serafins, que são seres angelicais com seis asas (v.2); grande fumaça (v.4).
Tomás de Aquino foi um dos maiores gênios da humanidade. Morreu no ano de 1274, deixando um legado de escritos filosóficos e teológicos. Seu pensamento norteou o ensino das universidades européias na idade media, e, em muitos setores, até o dia de hoje. Esse pensador disse: “A última felicidade do homem não se encontra nos bens exteriores, nem nos bens do corpo, nem nos da alma: só pode encontrar-se na contemplação da verdade”. Ora, após ter escrito milhares de páginas e ter mudado a forma de pensar em seu tempo, poucos meses antes de sua morte, Aquino entrou na capela para o momento de devoção. Ali recebeu poderosa iluminação, experimentando de um êxtase. Depois disto, nada mais escreveu. Disse que depois desta experiência seus escritos poderiam ser considerados “como palha”.
A visão que nós tivermos de Deus será o elemento que mudará nossas vidas para sempre.
II. UMA VISÃO DE SI MESMO
O v.5 diz: “Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” João Calvino escreveu em suas Institutas da Religião Cristã: “...é notório que o homem jamais chega ao puro conhecimento de si mesmo até que haja antes contemplado a face de Deus.”
Em outras palavras, somente conhecendo a Deus é que teremos um verdadeiro conhecimento sobre nós mesmos. O dia em que se deparou com a visão dos céus foi o dia que Isaías soube quem ele realmente era.
A luz de Deus mostrará toda a intensidade das nossas trevas. Enfim, poderemos descobrir que estamos perdidos! Gostaria de trabalhar um pouco mais a frase “estar perdido”. Vou apontar algumas categorias de “perdidos” que tornarão nossa discussão mais interessante. Veja:
1) O perdido que faz uma “maquiagem” na sua perdição.
2) O perdido que se esconde por trás da religiosidade.
3) O perdido que considera os outros sempre mais perdidos que a si mesmo.
4) O perdido que orgulhosamente pensa que não está perdido.
Contudo existem homens e mulheres que ao saber de sua perdição conseguem tomar a decisão certa. Esse tipo de pessoa, após descobrir onde está e quem realmente é, investe na busca pela mudança. O sincero arrependimento lhe acompanha e ele (ou ela) passa a perseguir a vontade de Deus – exatamente como Isaías! Enfim, esse é um perdido que será achado e se dará bem.
III. UMA VISÃO DO MUNDO
Diz o texto no v.8: “Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim!” A experiência com Deus despertou no profeta a necessidade de anunciar a Palavra de Deus ao seu povo, que estava tão perdido quanto o próprio Isaías. Aquele que experimenta da grandiosidade do poder e do perdão de Deus terá uma chama queimando em seu coração: Ele olhará para o mundo e desejará que outros experimentem o que ele experimentou.
Nesse ponto é inevitável falar de evangelização. Poderíamos resumir a evangelização do seguinte modo: “É a obra de transmitir o poder e o perdão que gratuitamente recebi em Jesus para o meu próximo; é olhar para o mundo e falar do que eu conheço e do que eu experimentei". No século XVII, Blaise Pascal declarou: “Crer em Deus não é pensar em Deus, mas sentir Deus”. Quem encontrou Deus e a verdade sobre si mesmo olhará para o mundo e dirá: “As pessoas precisam sentir o que eu estou sentindo!”
Aquele que evangeliza, afirmo, é um transmissor de sentimentos. Quando ganhamos um tremendo presente ou nos deparamos com uma notícia maravilhosa, não conseguimos ficar quietos; queremos compartilhar nossos sentimentos com o mundo. É desse modo que Isaías passou a agir no que diz respeito a sua fé.
Quem sente, descobre e encontra com Deus não se conterá, irá falar de Deus. Essa pessoa dirá: “Envia-me a mim!”
Conclusão: Após o encontro com Deus, com a verdade sobre si próprio e sobre a realidade do mundo (pecador), temos a construção de uma nova identidade, um novo ser. Estamos falando agora de uma “nova criatura”. Estas são as visões de Isaías.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Pais: lutem para não serem omissos! (Rev. Paulo)
Veja o que a Palavra de Deus fala da relação de Davi com seu filho Adonias: “Jamais seu pai o contrariou, dizendo: Por que procedes assim?” (1 Reis 1.6).
Davi foi um grande homem de Deus. A Bíblia fala sobre a sua busca espiritual profunda e intensa. Sabemos das suas vitórias como rei. Sabemos que ele escreveu muitos salmos e que estes salmos são inspiração para nós até o dia de hoje. Davi foi o moço que derrotou o gigante Golias, numa história que por séculos tem nos ensinado que os desafios podem ser superados com o auxílio e a direção de Deus. Enfim, a Bíblia chama Davi de “homem segundo o coração de Deus” (Atos 13.22).
Porém Davi não foi um sucesso como pai. Na realidade, podemos até dizer que como pai ele beirou o fracasso total. Não temos tempo hábil para estudar exaustivamente seus fracassos na paternidade ou seu adultério com uma mulher casada. Contudo posso dizer que seu fracasso como pai está associado a uma palavra: omissão! Aquele que é omisso é descuidado, é negligente. Davi tantas vezes agiu desse modo com seus mais de 15 filhos.
Hoje trabalharemos com o tema “Pais: lutem para não serem omissos!” Depois de ler a referência em 1 Reis, nos voltaremos para o livro de 2 Samuel.
I. A OMISSÃO NA CORREÇÃO
Davi teve vários filhos de várias mulheres. Um filho homem chamado Amnom acabou se apaixonando por uma filha do rei, chamada Tamar. Diz a Bíblia em 2 Samuel 13.2: “Angustiou-se Amnom por Tamar, sua irmã, a ponto de adoecer, pois, sendo ela virgem, parecia-lhe impossível fazer-lhe coisa alguma.”
Seguindo o conselho de um amigo chamado Jonadabe, Amonm fingiu ter uma enfermidade e trouxe sua irmã Tamar para cuidar dele. Com isso ele a estuprou (v.14).
Qual foi a reação de Davi? Sabemos que “muito lhe se acendeu a ira” (v.21). Porém não encontramos nenhuma menção de Davi tratando o pecado do seu filho. A omissão na correção pode desencadear situações de desastre familiar e perda do referencial de autoridade, marcas que perduraram na casa de Davi até os seus últimos dias.
II. A OMISSÃO RELACIONAL
Depois que foi estuprada Tamar foi para a casa de seu outro irmão, Absalão. Observe 2 Samuel 13.20: “Assim ficou Tamar e esteve desolada em casa de Absalão, seu irmão.”
Nesta situação absolutamente traumática e dolorida, não encontramos nenhuma palavra de Davi para sua filha. Também não vemos Davi insistindo com ela para ficar em seu palácio. Ao que tudo indica, ele não foi um ombro amigo para Tamar na maior tragédia da sua vida.
Esta é a omissão relacional. Quando pais não estabelecem vínculos relacionais mais profundos com seus filhos, eles poderão crescer com sérios problemas emocionais e espirituais.
Quando os pais adotam a filosofia do “cada um cuide da sua vida”, ou “eu sou uma pessoa fechada e distante mesmo”, poderão se deparar com graves dificuldades no futuro – seja para si mesmos como na vida de seus filhos.
III. A OMISSÃO PELO EXCESSO DE LIBERDADE
Absalão, o filho mais belo e cativante de Davi, ficou cheio de ódio quando soube do estupro de Amnom. Absalão tomou as dores de Tamar. Passados 2 anos, Absalão convidou todos os filhos do rei para tosquiar ovelhas. Neste encontro, ele disse para os jovens que lhe serviam: matem Amnom! (13.28-29).
Diante do assassinato entre irmãos, o reino ficou tomado de espanto. Davi veio a chorar amargamente (13.36).
Com o triste fato, Absalão foi banido da corte de Davi por uns três anos. Com a poeira abaixando, Absalão retorna. “Disse o rei: Torne para a sua casa e não veja a minha face. Tornou, pois, Absalão para sua casa e não viu a face do rei” (14.24).
Veja que Absalão havia cometido um assassinato, porém não foi julgado por isto. Em seguida, com as portas abertas no reino, Absalão se rebela contra o rei e levanta uma conspiração para tomar o poder. Acabou morrendo de maneira violenta (18.14).
Os pais não podem ser cúmplices dos erros dos filhos. A omissão pelo excesso de liberdade pode levar o filho ao mau-caratismo, a distância dos princípios de Deus e a situações de tragédia pessoal.
De outro lado, o excesso de liberdade pode levar os pais ao sentimento de fracasso e ao choro amargo.
Conclusão: Nós iniciamos essa mensagem com a frase que fala da relação de Davi com seu filho Adonias: “Jamais seu pai o contrariou” (1 Reis 1.6). Pais, a missão de vocês diante de Deus não pode ser acompanhada da omissão. Sendo assim, encerro este tempo com duas orientações básicas:
1) Pais, fujam do pecado da omissão.
2) Pais, insistam com todas as forças em ensinar a vida espiritual para os seus filhos.
Vocês constituem o primeiro modelo deles. Se os pais são piedosos e fiéis, há uma grande chance dos filhos se tornarem homens e mulheres de Deus; mas se os pais são relapsos e infiéis espiritualmente, seus filhos também poderão seguir o mesmo caminho.
Davi foi um grande homem de Deus. A Bíblia fala sobre a sua busca espiritual profunda e intensa. Sabemos das suas vitórias como rei. Sabemos que ele escreveu muitos salmos e que estes salmos são inspiração para nós até o dia de hoje. Davi foi o moço que derrotou o gigante Golias, numa história que por séculos tem nos ensinado que os desafios podem ser superados com o auxílio e a direção de Deus. Enfim, a Bíblia chama Davi de “homem segundo o coração de Deus” (Atos 13.22).
Porém Davi não foi um sucesso como pai. Na realidade, podemos até dizer que como pai ele beirou o fracasso total. Não temos tempo hábil para estudar exaustivamente seus fracassos na paternidade ou seu adultério com uma mulher casada. Contudo posso dizer que seu fracasso como pai está associado a uma palavra: omissão! Aquele que é omisso é descuidado, é negligente. Davi tantas vezes agiu desse modo com seus mais de 15 filhos.
Hoje trabalharemos com o tema “Pais: lutem para não serem omissos!” Depois de ler a referência em 1 Reis, nos voltaremos para o livro de 2 Samuel.
I. A OMISSÃO NA CORREÇÃO
Davi teve vários filhos de várias mulheres. Um filho homem chamado Amnom acabou se apaixonando por uma filha do rei, chamada Tamar. Diz a Bíblia em 2 Samuel 13.2: “Angustiou-se Amnom por Tamar, sua irmã, a ponto de adoecer, pois, sendo ela virgem, parecia-lhe impossível fazer-lhe coisa alguma.”
Seguindo o conselho de um amigo chamado Jonadabe, Amonm fingiu ter uma enfermidade e trouxe sua irmã Tamar para cuidar dele. Com isso ele a estuprou (v.14).
Qual foi a reação de Davi? Sabemos que “muito lhe se acendeu a ira” (v.21). Porém não encontramos nenhuma menção de Davi tratando o pecado do seu filho. A omissão na correção pode desencadear situações de desastre familiar e perda do referencial de autoridade, marcas que perduraram na casa de Davi até os seus últimos dias.
II. A OMISSÃO RELACIONAL
Depois que foi estuprada Tamar foi para a casa de seu outro irmão, Absalão. Observe 2 Samuel 13.20: “Assim ficou Tamar e esteve desolada em casa de Absalão, seu irmão.”
Nesta situação absolutamente traumática e dolorida, não encontramos nenhuma palavra de Davi para sua filha. Também não vemos Davi insistindo com ela para ficar em seu palácio. Ao que tudo indica, ele não foi um ombro amigo para Tamar na maior tragédia da sua vida.
Esta é a omissão relacional. Quando pais não estabelecem vínculos relacionais mais profundos com seus filhos, eles poderão crescer com sérios problemas emocionais e espirituais.
Quando os pais adotam a filosofia do “cada um cuide da sua vida”, ou “eu sou uma pessoa fechada e distante mesmo”, poderão se deparar com graves dificuldades no futuro – seja para si mesmos como na vida de seus filhos.
III. A OMISSÃO PELO EXCESSO DE LIBERDADE
Absalão, o filho mais belo e cativante de Davi, ficou cheio de ódio quando soube do estupro de Amnom. Absalão tomou as dores de Tamar. Passados 2 anos, Absalão convidou todos os filhos do rei para tosquiar ovelhas. Neste encontro, ele disse para os jovens que lhe serviam: matem Amnom! (13.28-29).
Diante do assassinato entre irmãos, o reino ficou tomado de espanto. Davi veio a chorar amargamente (13.36).
Com o triste fato, Absalão foi banido da corte de Davi por uns três anos. Com a poeira abaixando, Absalão retorna. “Disse o rei: Torne para a sua casa e não veja a minha face. Tornou, pois, Absalão para sua casa e não viu a face do rei” (14.24).
Veja que Absalão havia cometido um assassinato, porém não foi julgado por isto. Em seguida, com as portas abertas no reino, Absalão se rebela contra o rei e levanta uma conspiração para tomar o poder. Acabou morrendo de maneira violenta (18.14).
Os pais não podem ser cúmplices dos erros dos filhos. A omissão pelo excesso de liberdade pode levar o filho ao mau-caratismo, a distância dos princípios de Deus e a situações de tragédia pessoal.
De outro lado, o excesso de liberdade pode levar os pais ao sentimento de fracasso e ao choro amargo.
Conclusão: Nós iniciamos essa mensagem com a frase que fala da relação de Davi com seu filho Adonias: “Jamais seu pai o contrariou” (1 Reis 1.6). Pais, a missão de vocês diante de Deus não pode ser acompanhada da omissão. Sendo assim, encerro este tempo com duas orientações básicas:
1) Pais, fujam do pecado da omissão.
2) Pais, insistam com todas as forças em ensinar a vida espiritual para os seus filhos.
Vocês constituem o primeiro modelo deles. Se os pais são piedosos e fiéis, há uma grande chance dos filhos se tornarem homens e mulheres de Deus; mas se os pais são relapsos e infiéis espiritualmente, seus filhos também poderão seguir o mesmo caminho.
Assinar:
Postagens (Atom)