RETIRO DE CARNAVAL 2011
Momentos inesquecíveis!!!
Chegamos ao final de mais um período de Carnaval. A mídia tratou de expor todo o luxurioso esplendor da “festa da carne”. Do Norte ao Sul o Brasil “pára”, seja participando ativamente da folia ou embrenhando-se corajosamente no caos das estradas para buscar um lugar ao sol.
Esse tem sido o hábito de milhões de brasileiros, ano a ano. Eu e tantos outros, todavia, não optamos por isso. Decidimos trocar o Carnaval por outra atração. Optamos por estar naquilo que chamamos de “retiro de Carnaval”. Fomos para perto do campo, para perto das coisas da fé, para perto do coração das pessoas. Trata-se, na realidade, de um “outro mundo” dentro deste mundão que eu e você vivemos. Ora, lá não tem fantasia emplumada. Lá, o foco não é o “ficar” com alguém. Num lugar como esse procurar embebedar-se é uma busca fadada ao fracasso. Definitivamente, estávamos bem afastados do “espírito do carnaval.”
A grande maioria poderá dizer que a decisão em afastar-se da folia é louca, fanática e destituída de prazer. Mas já faz fez tempo – pelo menos no meu caso – que decidi viver o cristianismo sem dar muita atenção ao que os outros vão dizer. Sem dúvida essa é uma das decisões mais coerentes que já tomei. Falo isso sem arrependimentos. Aliás, buscar ser cristão de verdade é caminhar na direção de ser incompreendido, de ver a popularidade abaixar os seus níveis. Se você tem sentido isso na pele quando decidiu viver na contra mão do sistema, sabe do que eu estou falando. Bem vindo à turma de Jesus!
Quando dizem que a gente “não vive” por cultivar estes hábitos estranhos e separatistas, no fundo acho engraçado. Essas colocações são contrastantes com o fato de que nos sentimos “bem vivos” no feriadão. Esse tempo foi uma grande oportunidade de estarmos mais “vivos” na relação com gente que encontramos nas celebrações de domingo cuja troca mais freqüente de palavras é: “oi” e “tchau.” Esse tempo foi uma grande oportunidade de descobrir a “vida” na Palavra de Deus num intensivo de aprendizado. Não posso esquecer que esse também foi um tempo de pensar, meditar, orar e, com isso, avançar na “vida” espiritual. Portanto, não consigo dizer que “não vivi”; ao contrário, consigo dizer junto com tantos outros que “vivemos plenamente.”
Com as caravanas foi interessante ver jovens de todo tipo: universitários, aqueles que têm o seu emprego, aqueles que são sustentados pelo pai (ou mãe). Eles investiram tempo e o seu (pouco) dinheiro nessa proposta de afastar-se da rota habitual do mundo. A turma da meia-idade igualmente estava lá: cozinhando, servindo, correndo. Os mais experimentados e vividos, apoiando, prestigiando. A criançada, de sua vez, cumprindo seu papel de alegrar o ambiente com os gracejos que lhes são próprios. Reproduzimos, nestes dias, uma vida em comunidade que traz lampejos de uma milenar situação. Não seria esse um pequeno vislumbre da realidade paradisíaca do Éden? Convivendo juntos, cantando juntos, comendo juntos, rindo juntos e falando com o Rei do Universo juntos. Talvez...
Durante o retiro confesso que um pensamento me veio a mente. Ele foi simples e direto: “Vale à pena!” Acredito que encontrar gozo, paz, sentido e a certeza de estar onde deveria estar são as grandes buscas do ser humano. Senti-me privilegiado justamente porque estes sentimentos estavam em meu coração. Olhando para as faces de meninos e meninas, homens e mulheres, consigo acreditar que estes experimentaram as mesmas sensações. Não estávamos fingindo. Simplesmente nos sentimos bem com o nosso Deus e seus propósitos. Assim entendo porque um antigo sábio disse: “O temor do Senhor conduz à vida; aquele que o tem ficará satisfeito...” (Provérbios 19.23).
Desculpe-me, Carnaval, mas você não poderá contar comigo.